Mais uma vez, da mesma forma, igualmente parecido, mas ainda sem motivo ou solução. Às vezes pode ser um vazio que brota, um "sim" que foi dito em momento incerto, uma frustração bem-interpretada, ou uma conotação mal feita daquilo que realmente é denota e detonativo em minha vida: eu.
É um turbilhão de pensamentos acoplado a uma avalanche de emoções e possibilidades que parecem utópicas, ou até mesmo reais, se forem vistas de um ponto de vista 45º a oeste. Não sei o que dizer, não sei o que pensar, não sei o que sentir. Eu até queria, queria mesmo, mas parece que tudo o que começa bem, abruptamente me retira a capacidade de raciocinar logicamente e, dois ou três dias depois, altera o campo gravitacional de volta à estaca normal, me forçando a cair, machucar e abrir os olhos para o que realmente aconteceu: eu flutuei em uma magia ainda desconhecida, que eu mesmo apliquei sobre mim, não sabendo diferenciar um levicorpus de um wingardium leviosa.
Mas a hora chega, e cá estou eu, deitado no chão, olhando para o teto do picadeiro que outrora me forçou a apresentar-me para um público vazio, onde se encontravam apenas três pessoas: meu corpo, minha alma e meu espírito, dois deles conversando, e um ainda triste porque não conseguia se relacionar de maneira agradável com os outros dois.
Definitivamente, o público vazio até me consola, pois me dá a segurança de saber que apenas eu estou me observando e apenas eu estou aprendendo com tudo isso o que acontece, ou não. Antes isto, do que casa cheia e todos rindo do vexame que eu dei a enfeitiçar a mim mesmo e depois ainda perder o controle sobre isso. Mas, de certa forma, tem alguém que eu queria que visse isso, alguém que fala comigo na calada da noite, ou até mesmo na faladeira da noite. Alguém que chega de sorrateiro, e que vai da mesma forma que chegou. Alguém que conseguiu fazer a união das três partes do eu que não se falavam muito bem. Alguém que, em breve, eu provavelmente vou descobrir que sempre esteve presente no show, e que fechará a cortina após a minha próxima queda. E esta, espero eu, que se dê logo, para eu não flutuar muito alto, e não me machucar ainda mais.
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