Pages

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Entalpia.



    Hoje é um daqueles dias em que você acorda, pensa que tudo vai dar certo, mas nada ocorre como o esperado. Cada vez mais as pessoas que você ama se afastam de você sem nem mesmo te dizer um adeus. Aqueles que já foram amigos, irmãos, ou até mais que isso, hoje te olham de esguelha, do outro canto da sala.
    É engraçado pensar sobre isso. É doloroso também. Mas, ao mesmo tempo, é feliz. Com cada perda, há inumeráveis ganhos. Ganhos que podem não ser vistos de imediato, mas que são percebidos posteriormente, e, às vezes, nem por você, mas por outros que se achegam.
    O difícil é só parar pra aceitar e engolir essa fase de transição. Mas a vida é feita delas, cheia delas. E, entre cada uma destas, apenas um ou dois átomos da sua porção de ouro não se oxidam e se perdem. O engraçado é que, por ser um metal nobre, não é facilmente oxidado, contudo, pelo mesmo motivo, também não é facilmente reduzível.
    Ainda pode ser bonito, mas não é mais como antes. Ainda pode ser ouro, mas não é mais tão valioso. Ainda pode retornar ao zero, mas a energia gasta pra isso é tão alta que não compensa. Sempre há uma chance. A questão é se estamos dispostos, ou não, a dispender tempo e energia pra converter um estado temporariamente não favorável. Ou se esperamos comodamente ele chegar a seu equilíbrio termodinâmico sem influência do meio externo.

Nenhum comentário: