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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Apfelstrüdel.



    Sabe, já faz tanto tempo desde que não nos vemos... Foram pouquíssimas vezes em dias agitados e lotados. O engraçado é que eu lembro como se fosse hoje, teus olhos verdes, cabelos acastanhados, altura, modo como, de esguelha, olhava pra mim um pouco mais do alto, o boné azul - causa esta de reconhecer-te nos outros dias em que te vi, mas não porque esqueci das tuas feições, mas porque era a primeira coisa que eu procurava.
    É cômico pensar que apenas um dia ficou tão fortemente marcado na minha lembrança. Sua cabeleira mais alourada depois de retirar o boné, as palavras, os atos, o olhar, a forma como me evitou no final, o sorriso, a surpresa, o rostinho angelical, peralta e infame, novamente o boné azul.
    Procurei-te durante vários dias neste ano. Não te achei. Fiquei triste pensando no que poderia ter acontecido. Aparentemente estamos tão perto, mas é muito longe se eu for pensar que o perto percorre uma distância consideravelmente vasta, pra qualquer lugar que seja Rio, e talvez não mais ele.
    Olhar para as árvores me lembra você. Passar por Triagem, observar o quartel vazio, sem ninguém fazendo qualquer coisa relativamente signicativa quando olho pra ele, todos os dias, de cima, tudo isto. Ainda sinto esperança de te ver olhando pela janela do carro, andando na rua, pensando, distraindo...
    Foi tão bom, não foi? Pena que, até hoje, não foi de novo. Felizmente a maioria das marcas se vão depois de umas duas horas, mas, curiosamente, outras singelas persistem por mais tempo, chegando a causar rombos em anos. Será que você entende?
    É, quem sabe? Me acha de novo, me chama. Aliás, você nem sabe meu nome, e o mesmo serve pra mim. Prazer, Douglas.

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