Pages

domingo, 20 de março de 2011

Colonizando um país pseudoindependente.


  E estamos voltando àquela tão famosa e comentada estaca zero, onde não passávamos de meros selvagens sem conhecimento de ciência ou literatura, sem abrangência intelectual, onde apenas o instinto imperava, não haviam roupas e os dias e noites eram marcados pelos ângulos de inclinação do sol e da lua.
   Nesses dias alguém, cujo nome não mencionarei, achegou-se ao Brasil e deu várias conferências, onde milhares de milhões de cidadãos brasileiros aplaudiram de pé palavras faladas em sua língua nativa. Uma coisa realmente deplorável, como se aplaudissem um papagaio por ter repetido "quero comida" após você tê-lo dito isto mais de trinta vezes.
   O Brasil de P (atual) não é o mesmo Brasil do T (ex), tanto que antigamente não tinha busha nenhum vindo ao nosso país para tratar de transições petrolíferas.
 Alguns dizem: "Nossa! Trouxe investidores milionários ao país para fazerem a nossa economia andar!", outros dizem: "Quer investir no pré-sal! Auxiliar o offshore! E em troca receberemos financiamento!". O P (atual) disse: "Queremos G20, queremos segurança na ONU", o matracumbanda disse: "hehe, isso é uma coisa para se conversar. Mas... e o petróleow?".
   Séculos atrás, indígenas trocavam espelhos portugueses por pau-brasil. Será que hoje tornaremos ao erro trocando petróleo por oranges? (DEMENDES, 2011)¹. O comercial do MEC adora falar que nossa educação tem evoluído, mas será que é o bastante para perceber que, por trás de toda ajuda política, há uma falcatrua maior ainda?
   Governos são governos, transações são transações, o P é um, o T é outro. Brasil somos nós, e quem vai sofrer? Novamente os [...] {oops! Desculpe, não possuímos mais uma classe assim em nosso país, não é?}. Tomara que ainda seja cedo o suficiente para perceber a indignação até da própria nação nortessoberana sobre o ato-efeito de vir aqui.

_________________________________________________
¹ DEMENDES, C. H. da R. Conversa de msn. 1. ed. Rio de Janeiro: Hotmail, 2011. 6p.

8 comentários:

Carlos Henrique disse...

Seu jogo de palavras é ótimo, Mourinha.

Thiago disse...

Very good! Oubriugaudou pelo good text lido! jaja

Igor Cardoso disse...

Bem escrito! Apesar disso, confesso que estou por fora do assunto. Infelizmente acredito que 95% das pessoas que estão fazendo alarde sabem tão pouco, ou ainda menos que eu. Não acreditaria de quantas mulheres eu ouvi dizer que iam ao discurso do Excelentíssimo porque "ele é muito gato". E em como fiquei estupefato ao ouvir da Globo que o sr. e sua família preferiram comer saladas à carne no hotel em que se hospedaram!

Douglas Rodrigues disse...

HAHAHAHAHAHAHA.
ÓTIMO.

Sara Lima disse...

Tudo culpa do sistema! {você saberia se assistisse TP2.}
É sempre a mesma coisa: acordos intermináveis, dívidas impagáveis. Sem nos esquecer de uma população que realmente se preocupa mais com o que os representantes políticos querem comer do que com o que eles tem a oferecer.
Enfim, não posso mais falar sobre o sistema senão eu vou ter vontade de virar o Cap. Nascimento, DE NOVO.
E outra coisinha: sua citação indireta foi a melhor. HAHA =)

Douglas Rodrigues disse...

Demorei 2 tempos pra descobrir o que era TP2, APOSDKAPOSDKASPODKP.
Sim, tudo culpa deste maldito sistema.

Lucas Ascari disse...

Ótimo Douglas, muito bem escrito. Dá pra ver que você está mesmo por dentro das coisas que têm acontecido. Eu, ao contrário, não estou muito ciente sobre a vinda de Obama ao Rio. Mas que bom que você está e pode nos envolver com tamanha sabedoria e beleza de escrita. Parabéns.

Douglas Rodrigues disse...

Luquinhas, vc é muito pitoresco em suas palavras. HAHA