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quarta-feira, 26 de maio de 2010

A incrível história de Barguela Bownley

    Vi uma bicicleta, vi um borrão,
    Vi uma história, vi um alçapão,
    Vi um livro, vi a imaginação,
    Deixei-me levar por ela, caí na escuridão.

    Era frio, molhado e cheio de entulho,
    Vi medo, vi coragem, vi Saturno.
    Vi o dia e vi a noite, vi o hoje e o amanhã,
    Vi o biscoito da vóvó, vi também a torta de maçã,

    Vi beijos molhados com Tuninho,
    Vi agouros, vi preceitos
    Vi também gente vestida de preto.

    Vi uma, duas, três vezes,
    Vi tantas mais que me perdi em meses,
    Vi Carlos, vi José, vi Tuninho novamente,
    Vi todos eles me deixarem demente.

    Vi não mais pessoas, vi não animais,
    Vi o final da história, vi não meus pais.
    Vi o verde, vi o azul, vi não o norte, não o sul.
    Vi tudo viajando, viajei vendo tudo.

    Vi flores murchas, vi morte,
    Vi vida, vi sorte,
    Vi Vivi, ela me deu um corte
    Porque Tuninho tinha me pegado no culote.

    Vi o impossível, vi o invisível,
    Vi o forte, o inatingível.
    Vi sol, lua, estrelas e luar,
    Mas este último foi o que veio mais me agradar.

    Vi a entrada, mas jamais vi o fim
    Até hoje vejo o que deu-se em mim,
    Vi barulho, vi sons
    Meus ouvidos não eram muito bons.

   Vi banguelas, vi cinderelas,
   Vi porcos, vi janelas,
   Vi pedras, cidadelas,
   Queria ter visto as aquarelas.

    Nem sei mais o que eu vi depois disto,
    Só sei que vi Barguela Bownley,
    Aquela que me contou o que eu vi,
    Aquela que vi-me no espelho.

  

3 comentários:

Larissa disse...

e agora você me vê aqui visitando seu blog para me destrair! ;)

Sara Lima disse...

Creio que não entendi todos os enigmas, mas achei o texto magnífico. Não tenho criatividade, e admiro quem possui tal qualidade. =)
E espero que não tenha se decepcionado ao vê-la no espelho..

Douglas Rodrigues disse...

Valeu, meninas =]