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sexta-feira, 26 de abril de 2013

O contra-regras

 
 
     Mais uma vez, da mesma forma, igualmente parecido, mas ainda sem motivo ou solução. Às vezes pode ser um vazio que brota, um "sim" que foi dito em momento incerto, uma frustração bem-interpretada, ou uma conotação mal feita daquilo que realmente é denota e detonativo em minha vida: eu.
     É um turbilhão de pensamentos acoplado a uma avalanche de emoções e possibilidades que parecem utópicas, ou até mesmo reais, se forem vistas de um ponto de vista 45º a oeste. Não sei o que dizer, não sei o que pensar, não sei o que sentir. Eu até queria, queria mesmo, mas parece que tudo o que começa bem, abruptamente me retira a capacidade de raciocinar logicamente e, dois ou três dias depois, altera o campo gravitacional de volta à estaca normal, me forçando a cair, machucar e abrir os olhos para o que realmente aconteceu: eu flutuei em uma magia ainda desconhecida, que eu mesmo apliquei sobre mim, não sabendo diferenciar um levicorpus de um wingardium leviosa.
     Mas a hora chega, e cá estou eu, deitado no chão, olhando para o teto do picadeiro que outrora me forçou a apresentar-me para um público vazio, onde se encontravam apenas três pessoas: meu corpo, minha alma e meu espírito, dois deles conversando, e um ainda triste porque não conseguia se relacionar de maneira agradável com os outros dois.
     Definitivamente, o público vazio até me consola, pois me dá a segurança de saber que apenas eu estou me observando e apenas eu estou aprendendo com tudo isso o que acontece, ou não. Antes isto, do que casa cheia e todos rindo do vexame que eu dei a enfeitiçar a mim mesmo e depois ainda perder o controle sobre isso. Mas, de certa forma, tem alguém que eu queria que visse isso, alguém que fala comigo na calada da noite, ou até mesmo na faladeira da noite. Alguém que chega de sorrateiro, e que vai da mesma forma que chegou. Alguém que conseguiu fazer a união das três partes do eu que não se falavam muito bem. Alguém que, em breve, eu provavelmente vou descobrir que sempre esteve presente no show, e que fechará a cortina após a minha próxima queda. E esta, espero eu, que se dê logo, para eu não flutuar muito alto, e não me machucar ainda mais.

Full of Friendship

     Estar contigo é como estar acompanhado de muita gente, talvez 15 mil pessoas ou mais, mas, de fato, apenas você é suficiente. Segredos, Vontades, Desejos, Dúvidas, Todas estas palavras que não sei a que classe gramatical inserir no momento, isto é tudo o que eu lhe confesso e digo, esperando sempre ouvir uma redarguição, sendo esta um simples "sim", ou uma aferição de alto nível sobre o assunto deveras estudado e posta em prática a fim de me esclarecer algo, ou simplesmente abrir meus olhos e forçar-me a enxergar o que apenas eu não consigo, e/ou quero, ver.
     Não tenho muito mais a falar do que agradecer por este braço e abraço sempre full of friendship que você tem/fornece. Pelos momentos alegres, tristes, bêbados, sóbrios, profanos, santos... Tantos mais. O importante é que ao teu lado o estar sóbrio é igual ao embebedar-se, e o embebedar-se nunca significa que se está ruim o suficiente. Ao teu lado o triste se torna alegre, e o alegre espanta a tristeza, sendo esta própria, alheia, côncava ou convexa. Ao teu lado o imaculado se esconde, e a mácula se perde, mas ambos se pareiam no mesmo local. Ao teu lado é simples, bonito, grande, pacífico.
     Sinto ciúmes. Sou possessivo. Mas quem não quer desesperadamente proteger o que é seu? E APENAS seu? Meu coração se vê como num pingente: tem várias rachaduras, várias formas de ser completado, mas apenas a outra parte é capaz de preencher tudo e deixar da forma que tem que ser novamente. Não precisa de magnetismo, cola, ou qualquer artifício estapafúrdio, apenas proximidade. E é isto que eu quero a cada dia mais cultivar: estar aside of you.
     Obrigado por aparecer na minha vida. Apenas isto.