Parece que todas as histórias se uniram ao mesmo tempo e agora não dá mais para se perceber os detalhes de cada uma delas. É como se as coisas mais sutis que dão o gosto único de cada acontecimento se esvaísse e desse lugar à normalidade exatamente igual de todos os contos, séries, dias, chuvas, noites, cisnes, galhos, tabelas, números e cores.
O sonho torna-se realidade e a realidade não é mais real, o sonho torna-se um sonho novamente e este sonho não deixa de ser aquilo que eu sonhei quando eu te disse que aquilo que eu havia sonhado não passava de coisas que realmente aconteceram de verdade em um sonho distante de um dia, ou melhor, uma noite, real.
Abrir a cabeça e descansar não é uma opção, há muitas coisas pra fazer, quem disse que eu estou em estado diferente? Apresento-me perfeitamente normal, não há mudanças em minhas palavras, até mesmo acordei ontem com vontade de dormir naquele dia frio que fez depois do dia que sucedeu o dia posterior ao anterior de anteontem.
Porque quando eu sorrio eu apenas lembro de você e que você é a única razão que me faz sorrir, porque o que antes fazia-me triste hoje não existe mais em você porque você não existe mais no mundo que eu vivo, porque eu vivo em um mundo onde tudo não existe, ou existe de uma maneira diferente, diferente da maneira que você pensa que as coisas existem quando elas, na verdade, são verdes e utópicas.
Calma, tá tudo bem, não há nada o que temer. João veio aqui em casa hoje e conversamos sobre o destino já traçado de Sophia. Acho que ela não vai morrer, até porque o irmão dela a ressuscita, ou não, aquilo pode ter sido apenas uma história, pra quê dar valor a contos infantis, não é? A verdade é que nem sei sobre o que João falou, só sei que se baseou na irrealidade verdadeira do surrealmente inespecífico momento em que ele se encaminhou até a minha casa para tratar de um assunto muito peculiar: eu.
Novamente os detalhes se perdem. Não há como entender tudo, não há como lembrar de tudo. Informação demais, tempo de menos. Não é influência de kryptonita prateada. Nem mesmo aquela nota pôde ser percebida, ou aquele cara preso em uma árvore, apenas o olhar hipnotizante centralizado no âmago da mente pode prender toda respiração proveniente de um emaranhado colorido de luzes cintilantes refletidas e/ou refratadas em uma espécie de balança, onde se encontram as palavras profanadas, crucificadas ao inverso daquilo que antes fora uma língua suave, doce e pura. Desespero.
p.s.: não reparem se houver erros de português ou concordância ou whatever. Escrevi esta paranóia em menos de 5 minutos, olhando em menos de um minuto pra esta foto e digitando tudo o que me vinha a mente. Achei que o texto perderia todo o sentido se não fosse escrito desta forma, e sem revisão.
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