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terça-feira, 12 de outubro de 2010

MHC, uma história

    Complexo de Hiscompatibilidade Principal (do inglês, major histocompatibility complex) é um respeitável subentendente das forças armadas, ele possui vários filhos, e treina-os para o combate desde cedo, mas, apesar disso, ainda são crianças, jovens adolescentes. São tão parecidos e, ao mesmo tempo, tão iguais que são divididos para fazer a mesma coisa, apenas em regiões diferentes da casa. Possuem até nomes parecidos, as meninas gostam de ser chamadas de MHC de classe I, porque são sempre eficientes em fazer tudo direitinho e estão em todo o lugar fazendo o que devem fazer, até na região dos meninos. Também adoram se relacionar. Já os meninos, gostam de ser chamados de MHC de classe II, porque apesar de também fazerem as coisas de forma bem-vista, preferem estar em um canto da casa, apenas, trabalhando da mesma forma que elas, porém em uma área menor. Não gostam tanto de relacionar-se com todos. Nomes, obviamente, em homenagem ao pai inspirador.
    As MHC de classe I, tem um pé no chão, e o outro nas nuvens, vivem pensando e sonhando com o futuro, querendo saber o que vão fazer, demoram muito pra se arrumar quando querem sair, penteiam o cabelo, arrumando-o em partículas mínimas presas com clipses estranhos e, só depois de terem passado por um processo de internalização no banheiro, é que elas vão sair, mas, é claro, não sem antes se olharem no espelho. Elas são eficientes, como já disse, encontram-se em todo o lugar, fazem o trabalho com todo mundo, não tem problemas de relacionamento, apesar disso ser comum na maioria das garotas, seu MHC educou-as bem quanto à isso. São exigentes, também, apesar de estarem com todo mundo, não se ligam a qualquer um, apenas a aqueles playboyzinhos do tipo CD8 que moram na rua de baixo, cabelinho no estilo e tudo o mais. Só se ligam depois que são estimuladas a isso, mas também, quando se ligam, causam uma resposta incrível, "à ferro e fogo não dá" pra segurar essas meninas, que, de santinhas pra se arrumar, depois de encontrar os CD8 só querem brincar de polícia e ladrão com os pivetinhos da rua 3.
    Os MHC de classe II, apesar das semelhanças, são totalmente diferentes de suas irmãs. Como já disse, não gostam de manter essa relação interpessoal com todo mundo, são bem mais seletivos, e, muito mais, na hora de se ligar, poderiam sair pegando qualquer uma, mas uma coisa séria eles só fazem com as CD4. Demoram bem menos pra se arrumar, apenas passam um gel no cabelo pra dividí-lo em partes menores, pegam um dinheiro na sala e depois se apresentam bem na porta de casa. Como são sempre os cantados, e não os cantadores, esperam as CD4 até a hora de aparecerem, não saem de casa sozinhos, mas são profissionais no que fazem. Quando pegam uma, só as largam quando terminam o serviço. Além de exigentes com as CD4 só gostam de sair com as virgens, isso, não sei te explicar o porquê, mas tenho uma leve indicação a dizer-te esta razão. Diferentemente de suas irmãs, possuem os dois pés no chão, são mais sensatos, porém também têm uma rachadura na cabeça, de quando todos caíram de cima do carro do pai, coisa pequena, mas confere a eles um compartimento maior que às irmãs, aguentando entre 10 e 30 quilos, enquanto elas só conseguem segurar de 8 a 11. Parece até surreal, mas, acreditem, é verídico.
    Sim, por mais que pareça estranho, eles gostam muito de esportes de luta, e o que falei antes, não leve para o lado da maldade, eles encontram pra treinar, gastar energia e derrotar as forças do mal. De dia, são simplesmente meninos e meninas normais, mas, de noite, enquanto dormimos, combatem àquilo que não podemos ver, combatem nossos piores inimigos, são o orgulho do pai, defendendo toda a nação, filhotes de major, só poderiam ser soldados eficientes.

sábado, 9 de outubro de 2010

Somewhere in the middle



    I've been looking for a place where I can live. I've been looking for a moment which I could rest, I've been looking for somewhere in the middle, somewhere in the middle where, actually, I'm going to die.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Rainy day




Há muito tempo atrás inspirava-me em dias chuvosos, deleitava-me em vivê-los, assombrava-me de prazer por cada gota que sentia cair em meu corpo estupefato, cansado. A mansidão advinda destas gotas proporcionava-me um estado inerte, onde podia encontrar descanço, repousar.
   As gotas, então, começaram a cair mais vigorosamente, a massagem, que antes elas faziam em minha face, tornara-se um salpicar aprazível, oriundo de uma alegria inexplicável, emergindo de cada poro do meu corpo. Não definir o que era não é algo tão difícil, apenas quem viveu sabe explicar, sabe entender o quão maravilhoso é sentir o que eu senti.
   Este estágio logo é ultrapassado, as gotas não mais são gotas, mas tornam-se pedras, a velocidade com que caem é assutadora, englobando uma área de amedrontrante frustração, o granizo que é formado não são simples minúsculas pedras congeladas, mas corpos maciços de estado aquoso condensado que vituperam toda sensibilidade da alma, gerando uma ardência escaldante e uma anestesia insensata. A dor é tão excruciante que após ela, nada mais torna-se apalpável.
   O granizo pára de cair, penso, então, que está tudo terminado, essa chuva já passou, volto a descansar, imaginando aquele suave gotejar novamente na crista de meus olhos, como colírio que faz-me pestanejar e, finalmente, voltar a sonhar, em paz, em tranquilidade, sozinho.
   Espero que comece a chover novamente, afinal, a cada uma destas chuvas temporãs, meus olhos enxergam melhor, minha visão é mais aguçada, precisa-se de menos colírio, de menos tempo.
   Houve uma ruptura, onde cheguei, hoje não consigo mais voltar atrás. Não consigo explicar, talvez a sua zona de desenvolvimento potencial ainda demorará muito para chegar onde a minha proximal já alcançou: a virtude de entender, de perceber, que esta chuva foi apenas para me fazer crescer, florescer, sair do jardim, jardim de infância, e ir para a mata, a selva acadêmica.

p.s.: ISD rules